quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

luz clareia

clareia
clareira
com tua clara luz

clareia
e vem clarear cada detalhe desta vida nossa
só tu divina
imensa e infalível

clareia
tua semente pra dar a luz
e me fazer brotar do chão rumo a ti
todos os dias até teu fim

clareia
meus troncos e folhas
e deixa tirar de mim os frutos, meus filhos

clareia e ilumina a mente desses homens
para que eles possam me deixar existir
a eles ofereço minhas crias e o ar
encherei de vida seus pulmões até quando
saciarem-se de mim.

clareia em mim.

pedaço de sol

Abro os olhos e me sinto cego.
sinto a brisa tocar minha face
me dá um medo.
no mundo, continua tudo tão igual
a criança que brinca
o palhaço que grita
os pardais e o chafariz
o que é que me diz?
pouco a pouco os prédios me tiram o céu
escuto o burburinho, motores e buzinas
ainda tenho um pedaço de sol
esse vou guardar no bolso
e ver a noite passar.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ao que és.

Deixa assim como é.
e o que sinto faz acalmar o que sinto sobre teus defeitos.
e o que sinto faz interpretar tudo que fala, tudo que faz, tudo que aponta.
e só por sentir e lembrar que tenho o teu consentimento
para agir assim como sou
assim livre.
não permito mais esses meus abusos, nem esses meu delírios tolos.
pois eu, agora, livre, não posso prender minha fera instintiva a agir de maneira natural.
vai, voraz, e corta as noites
e rasga a rua
não passa despercebida
nenhuma luz irá reluzir a nossa
luz de longas caminhadas
pela estrada crua
nós dois sempre nus
deixa assim como é.